Com Letra Maiúscula #1 – Eliane Brum

04/03/2010

Pensei em iniciar esse texto dizendo como a conheci, começando pelo começo. Só então me dei conta de que não me lembro. Sabe essas coisas da vida que simplesmente já fazem parte da gente? Enfim, não me recordo do “como, quando, onde” – falha grave para uma jornalista –, mas são só detalhes. Puxa vida, já estou me contradizendo: ela me ensina, semanalmente, a importância dos detalhes, do olhar de verdade para as pequenas coisas – e as grandes também.

Ela me instiga a pensar em mim, no mundo, nos outros. Pensar, simplesmente. Fazemos isso o tempo todo, mas quando paramos para realmente pensar, notamos que perdemos tempo demais com coisas que não deveriam ocupar tanto a nossa cabeça. Enfim, papo de doido, né?! Pois é assim mesmo que os textos de Eliane Brum me fazem sentir – e eu adoro isso. Nunca escrevi sobre ela porque ficava cheia de dedos, achava que precisaria de muita inspiração para expressar à altura o quanto essa mulher contribui, com passagens de sua vida de repórter, para que eu seja uma Débora melhor.

Com cara de cansada e feliz ao lado da Eliane, no ano passado

Mas deixei essa bobagem pra lá e é com a Eliane, que conheci pessoalmente em 26/5/09, durante o 4º Jornalirismo Debate – Jornalismo Literário, que estreio a Com Letra Maiúscula, seção fixa do blog (pelo menos a intenção é essa). E o que me motivou a falar sobre ela agora foi o Escrivaninha Xerife, que acabo de conferir, com o qual ela se despede da Editora Globo. Ia simplesmente twittar sobre isso, mas Eliane Brum merece um pedacinho do meu tempo – e muito mais do que 140 caracteres. Espero, com essas minhas palavras tortas e digitadas às pressas, não estar passando a impressão para quem não a conhece de que seus textos têm um quê de autoajuda ou “riponguisse” (eu hein, sai pra lá!). Leiam alguns textos e entenderão o que quero dizer.

Eliane está de saída da Época, onde atuava como repórter especial, mas continua com a coluna Nossa Sociedade no site da revista, para a qual escreve às segundas-feiras. É autora dos livros Coluna Prestes – O avesso da lenda (Artes e Ofícios); A Vida que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial), ganhador do Prêmio Jabuti em 2007; e O Olho da Rua – Uma repórter em busca da literatura da vida real (Globo). Li os dois últimos e os recomendo sem pensar duas vezes – mergulhei em ambos e, de certa forma, me transformei.

Espero que essa porto-alegrense o cative como fez comigo. Respeito sua coragem, reconheço sua trajetória, admiro o carinho que tem com todas as pessoas que passam por sua vida. E agradeço imensamente pelos textos simples, emocionantes e extremamente inspiradores.